O técnico catalão tem à sua disposição um impressionante leque de atacantes após uma série de movimentações no mercado – mas agora o desafio é decidir quem merece estar no time titular.
Pep Guardiola frequentemente comenta sua preferência por um elenco enxuto, onde todos os jogadores se mantenham motivados e evitem ficar muito tempo no banco. Recentemente, ele afirmou que o grupo de 27 atletas levados ao Mundial de Clubes é “grande demais”, sendo o setor ofensivo o mais lotado de todos. A riqueza de opções ficou evidente quando o treinador alterou todo o time titular entre a primeira vitória sobre o Wydad AC e o segundo jogo, contra o Al Ain, que terminou em 6 a 0.
Mesmo deixando Jack Grealish e James McAtee em casa, Guardiola viajou aos Estados Unidos com 17 jogadores que podem atuar como meias ou atacantes. Embora o grande número de opções tenha sido um luxo até agora, permitindo que o City mantivesse seus jogadores o mais descansados possível, a rotatividade precisará diminuir à medida que o torneio avança e os adversários se tornam mais fortes, começando pelo confronto contra a Juventus.
O City precisa vencer seu último jogo no Grupo G contra a Bianconeri para garantir a primeira colocação e, assim, evitar um possível confronto com o Real Madrid nas oitavas de final. Mas como Guardiola pode encaixar tantos talentos em seu time e montar o seu onze mais forte?
Com a chegada de novos nomes e o desenvolvimento de jovens promessas, o Manchester City possui um dos ataques mais temidos do futebol mundial. Erling Haaland é o centro da equipe, mas atrás dele há uma verdadeira abundância de talentos: Kevin De Bruyne, Phil Foden, Bernardo Silva, Julián Álvarez, Jack Grealish, Jeremy Doku e outros.
Guardiola sempre valorizou a versatilidade, e muitos desses jogadores podem atuar em múltiplas posições. No entanto, isso também significa que algumas estrelas terão que se contentar com menos minutos em campo. O desafio é manter o equilíbrio entre competitividade e harmonia no vestiário.
Uma das alternativas seria adotar formações mais ofensivas, como um 4-2-3-1 ou até mesmo um 3-5-2, permitindo que mais atacantes tenham espaço em campo. No entanto, Guardiola é conhecido por sua obsessão com o controle de jogo, o que pode limitar a quantidade de jogadores mais avançados em certos jogos.
Outra opção seria a rotação constante, distribuindo minutos de forma estratégica para manter todos satisfeitos. Porém, em momentos decisivos, como jogos contra grandes rivais ou fases eliminatórias de torneios, será necessário definir um núcleo fixo de jogadores.
Além disso, lesões e desgaste físico ao longo da temporada podem acabar facilitando algumas decisões. Kevin De Bruyne, por exemplo, já passou por problemas físicos recentemente, enquanto jovens como Jeremy Doku e Julián Álvarez ainda estão em fase de adaptação.
Se bem administrado, esse excesso de opções pode ser uma vantagem enorme para o Manchester City. Times adversários terão dificuldade em prever o esquema tático e os jogadores que estarão em campo, dando ao City um elemento surpresa.
Por outro lado, se a gestão de elenco não for eficiente, pode haver insatisfação entre os atletas que ficarem muito tempo no banco. Guardiola terá que usar toda a sua experiência para manter o grupo unido e focado nos objetivos da temporada.
Enquanto muitos técnicos lutam para encontrar jogadores de alto nível, Guardiola enfrenta o dilema oposto: como encaixar tantas estrelas em um só time. A solução passará por tática, rotação inteligente e uma comunicação clara com os jogadores.
Se conseguir equilibrar tudo isso, o Manchester City continuará sendo uma máquina ofensiva implacável, capaz de disputar todos os títulos possíveis. Caso contrário, o excesso de talento pode se tornar um problema. A habilidade de Guardiola em administrar essa situação será crucial para o sucesso da equipe nesta temporada.